Sexta-feira tem aula de reggae na Fundição Progresso. Os mestres estão de volta, então, se preparem por que as pedras vão rolar soltas!
David Hinds e cia. (Steel Pulse) desembarcam no Brasil dia 9 de maio, e já se apresentam em Porto Alegre. Como de costume, eles se apresentam novamente num intervalo quase que anual em terras tupiniquins. Depois ainda tocam no Rio, Floripa, Brasília, Vitória e Recife (dias 11, 12, 13, 17 e 18 respectivamente). Ano passado se destacaram em um festival de reggae em Salvador com outras bandas como Groundation, Rebelution e Tribo de Jah.
Originários de Birmingham, Inglaterra, mais especificamente de Handsworth, cuja área residencial é composta em sua maioria por imigrantes africanos, caribenhos, indianos e asiáticos, o Steel Pulse desde seus primórdios, sempre lutou contra o racismo e o preconceito.
Com um histórico incrível e mais de 30 anos de estrada, já lançaram 11 álbuns, tocaram em mais de 40 países e ganharam inúmeros prêmios, inclusive um Grammy. Por outro lado, já passaram por muitas mudanças na formação da banda é claro, e também por períodos bastante conturbados durante sua carreira.
Seus primeiros três álbuns, ainda lançados na Inglaterra, apesar de terem dado uma guinada no movimento reggae inglês da época, obtiveram sucesso moderado e não chegaram a emplacar como o esperado. Isso resultou na saída da banda da Island Records e a entrada de Tom Terrel, que logo passou a assumir o cargo de empresário da banda. Na época, Terrel foi dos responsáveis pelo show histórico que fizeram em 1981, no aniversário da morte de Bob Marley. O show que serviu como lançamento da banda em solo americano foi em Washington DC, transmitido ao vivo para o mundo todo.
Assinaram com a gravadora americana Elektra Records, e passaram a lançar seus álbuns nos EUA. Após o lançamento dos excelentes True Democracy e Earth Crisis que contêm certamente muitos dos maiores hinos da banda, resolveram infelizmente apelar para o lado comercial da coisa, influenciados pela gravadora. Os próximos álbuns seguiram a moda disco do final dos anos 80, com muita influência do dance music da época. Tudo bem que isso lhes rendeu o Grammy, pelo álbum Babylon the Bandit, mas por outro lado enfureceu muitos de seus fãs ingleses, que os acompanhavam desde o começo.
Em 1992, David Hinds, após ter sido renegado dentro de um taxi nova-iorquino, em função de racismo, aproveitou o momento mainstreem pelo qual estava passando e moveu um processo contra a Comissão de Taxi de New York. De quebra ainda lançou a música “Taxi Driver”, que fez bastante sucesso na época, descrevendo o fato.
Voltando aos dias de hoje, podemos ver nos últimos dois álbuns da banda, Rage & Fury e African Holocaust que eles voltaram às origens. Cantam sobre isso inclusive na faixa “Back to my Roots” do Rage & Fury. Claramente superados da sua fase pop-reggae, o African Holocaust, de 2004, foi outro excelente álbum que contou com participações de Damian Marley e Capleton e trouxe faixas que abordavam temas que são a cara do Steel Pulse: desarmamento, aquecimento global, desigualdade, corrupção, etc. Há também um ótimo cover da “George Jackson” de Bob Dylan.
Bom, sobre o The Wailers, podemos dispensar qualquer tipo de comentário. Os caras trarão no seu repertório todos os tiros que não cansamos de escutar! Ancorados pelo baixista Aston “Family Man” Barrett, presente desde a época do Bob.
De qualquer forma, o show de sexta-feira na Fundição Progresso promete e é um must para todos os amantes do reggae!
Aguarde a cobertura da Layback com fotos do show de Steel Pulse e The Wailers na décima edição do festival Fundição Reggae Music, na Fundição Progresso, dia 11 de maio, sexta-feira.
A Fundição Progresso fica na Rua dos Arcos, 24 – Lapa – Rio de Janeiro.
Abertura dos portões: 22h
Início do show: 23h
Preços: R$40,00 (meia*) ou R$80,00 (inteira)
*Meia entrada para estudantes, idosos, menores de 21 anos, assinantes do jornal O Globo e quem trouxer 1Kg de alimento não perecível ou 1 livro
www.fundicaoprogresso.com.br
