Biel Garcia e Filipe Braz na “estação quente” do Rio

Filipe Braz, em casa, voando de Backside. Foto: Luiz Blanco

O inverno no Rio de Janeiro sem dúvidas é a estação mais generosa com seus surfistas. Uma quantidade maior e mais intensa de ondulações encontram bancadas de areia constantemente definidas e pouco vento. Some a isso um frio nada rigoroso, muitas vezes confortante, e temos três ou quatro meses por ano em que surfar na cidade maravilhosa se torna muito mais gratificante.

E se há poucos meses atrás todos andavam reclamando dos dias, ou até semanas, sem onda, agora só não surfa quem não quer.

Tirando alguns excessos de chuva e vento, são raros os dias em que não rola de botar a prancha na água. E mesmo que nem sempre o mar vá estar grande, nervoso ou tubular, o inverno temcaracterísticas próprias, sutilezas que normalmente passam batidas no meio da correria da cidade, mas que destacam essa estação.

Só no inverno se pode acordar cedo e, mesmo em um dia de sol, ainda ver a praia vazia até o fim da manhã. No inverno, a luz é mais suave e angular, as sombras menos marcantes, e as cores ganham uma tonalidade típica que, apesar de destoarem um pouco do colorido carnavalesco habitual ao visual carioca, revelam uma paisagem melancólica e agradável. Nada de engarrafamentos monstruosos e filas atrás de vagas, no inverno a praia fica mais leve, e como o Rio de Janeiro vive da praia, porque não dizer que o inverno também deixa o Rio mais leve?

Em um sentido, Gabriel Garcia e Filipe Braz provaram para minhas lentes que as marolas não são problema quando o surf está em dia. Em outro, provaram o gosto delicioso que só uma manhã de inverno pode proporcionar.


Para mais do trabalho de Luiz Blanco, acesse: luizblanco.com

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