

Kelly Slater repetiu o feito do ano passado e, ao vencer Daniel Ross no Round 3 da penúltima etapa do World Tour, conseguiu pontos suficientes para se consagrar 11x campeão do mundo. Este retrospecto em fotos de sua trajetória para o título de 2011 é nada mais que uma homenagem ao maior atleta que o mundo já viu.

Após as "férias" do fim de ano, basicamente surfando no Hawaii e experimentando novos equipamentos, o primeiro evento do ano, em Snapper Rocks era, à princípio, a única certeza que Slater deu sobre seu futuro no Tour. Nesta: Kelly em Stardbroke Island, Austrália. Surf e equipamento progressivos. Foto: Kirstin/ASP

– "Ainda não me decidi, mas o evento em Snapper pode ser uma ótima maneira de sair fora ou um grande motivador para uma nova campanha em 2011. Honestamente estou entre fazer um "aloha tour" de despedida ou me aposentar logo depois desta etapa". Nesta: Slater já esboçando o tipo de aéreo que viria a deixar a todos de queixo caído durante o ano. Foto: Kirstin/ASP

É claro que Slater escolheu a primeira opção. E que "aloha tour" viria pela frente! Em Snapper, tudo pareceu tão simples e sua 46ª vitória no WT foi tão fácil, mesmo fazendo final contra o veterano Taj Burrow, que ele não viu motivos para não continuar competindo no tour. Foto: Kirstin/ASP

Na etapa de Bells Beach, Austrália, Kelly Slater tropeçou, perdendo para um instigado Mineirinho nas quartas de final e incitando uma certa rivalidade com o brasileiro, que na etapa de Porto Rico de 2010, havia pressionado Slater a ponto de ser chamado de ridículo em entrevista após a bateria. Logo em seguida, Mineiro caiu contra Slater na bateria que veio a lhe entregar o decacampeonato. Foto: Kirstin/ASP

No Rio, Slater parecia ter desanimado de vez. Após fazer a maior nota do primeiro dia do evento, no Arpoador, ele parecia disperso e logo perdeu para Bobby Martinez no Round 3. Kelly se recusou a sair da água e fez um "show à parte" com muitas variações de aéreos na Barra, enquanto o campeonato rolava à poucos metros ao lado. O incidente resultou em multas de US$1.000 por onda surfada. –"Fale para a ASP me mandar a conta que depois passo o cheque", declarou Slater. Foto: Arthur Toledo

Na véspera da etapa de J-Bay, Slater embarcou para Fiji, onde um dos maiores swells já registrados em Cloudbreak encostava e, com o pico recém aberto para o público, muito alarde foi feito. Principalmente em relação às declarações de Slater sobre uma possível ausência do tour. Dito e feito, ele simplesmente não apareceu para a etapa sul-africana, causando comoção entre os competidores e a mídia do mundo todo. Havia ele desistido de vez do WT? Foto: Bruno Smith

No evento Prime Nike US Open, em Huntington Beach, Kelly voltou a competir e contra muitos dos "fenômenos" da nova geração. Assim como Dane Reynolds, voltando de contusão, Medina, Pupo, Kolohe Andino, John John, Yadin Nicol e outros, disputavam por preciosos pontos para ingressar na elite e o prêmio de US$100.000. Kelly mostrou mais uma vez, aos 39 anos de idade, ter o surf mais "moleque" de todos, com aéreos como este de backside (nota 9.77). Foto: Rowland/Quiksilver

Este ano, a histórica etapa do Taiti apresentou uma das melhores condições já vistas em Teahupoo e, provavelmente, as maiores ondas já registradas por lá. Desde o primeiro dia, alguns nomes como Julian Wilson, Owen Wright, Matt Wilko e Josh Kerr surpreenderam, surfando tubos de forma exemplar. Kelly mostrou novamente entusiasmo em sua performance, pegando mais ondas e se arriscando mais. Nesta: Freesurf em um de seus lugares favoritos do mundo. Foto: Timo/Quiksilver

Isto, até as quartas de final. Quando Slater começou a "gostar da brincadeira" e realmente dar uma demonstração de sua categoria nos tubos de Teahupoo e, de forma irreverente, desbancar alguns dos melhores do evento, um por um: Wilko, Josh Kerr e Owen Wright, numa final que daria início a uma nova rivalidade. – "Só perder no final, para Slater, é algo comum para os melhores do mundo e me sinto honrado por isso. Mas espero o pegar da próxima vez!" - Owen. Foto: Kirstin/ASP

Chegou a tão temida "etapa do corte", em Nova Iorque, e com a maior premiação da história, US$300.000, o que não faltava era motivação por parte de todos os competidores. Kelly passou do Round 1 direto para o 4, com seu oponente no Round 3, Bobby Martinez, sendo desclassificado da competição. Ao enfrentar um inspiradíssimo Josh Kerr, Slater foi mandado para a repescagem (Round 5). Foto: Timo/ASP

Após a vitória contra Jeremy Flores na repescagem, Slater foi de encontro à Josh Kerr novamente para as quartas de final, desbancando provavelmente a maior promessa do evento. Era novamente aquela hora em que Slater começa sua inigualável corrida rumo à vitória. Foto: Timo/ASP

Na semifinal, Slater pegou novamente seu freguês Taj Burrow. Mas desta vez, com 3 minutos restantes, precisava de 9.50. Foi aí que a mágica entrou em ação: Slater dropou uma fechadeira, adiantou, adiantou e se lançou muito alto no ar em um aéreo 360, incluindo um slob grab no meio do giro e aterrisando em meio à espuma. Ele reapareceu com os braços para o alto, levando o público ao delírio e os juízes a marcarem uma nota unânime em suas cartelas: 10. A única do evento.

O destino quis que a final entre Kelly Slater e Owen Wright se repetisse. Mas em NY, Owen claramente "jogou melhor", garantindo suas notas altas logo no início da bateria e ofuscando um pouco o brilho da campanha de Slater. A rivalidade entre os dois, mesmo que aparentemente de forma amistosa, se in tensificou. Owen tinha chances ao título mundial e todos nós sabíamos que o então decacampeão não iria deixar barato para Owen. Foto: Morgan/ASP

Veio a etapa de Trestles e, com ela, três novos competidores e "young guns": Medina, Pupo e John John. Os três representam uma ameaça real à soberania de Slater, mas antes de lidar com eles, teria de resolver uma outra pendência: Owen Wright. Era a 1ª vez na história do tour que 2 surfistas faziam 3 finais consecutivas, e uma rivalidade tão recente acabou por ali mesmo, com KS em plena forma superando Owen por menos de 1pt para levar mais uma em Lowers. Foto: Divulgação/Hurley

Na França, o início da etapa foi fácil para Slater. Passando pelo Round 1 por Freddie P. e o wildcard Ramzi Boukhiam e depois novamente enfrentando Ramzi no Round 3, Kelly finalmente bateu de frente com uma de suas maiores ameaças da nova geração. O Round 4 era contra Adrian Buchan e Gabriel Medina, e vencendo por uma diferença de 0.3 décimos sobre Medina, o que ficou foi uma certa desconfiança em relação a um possível "efeito Slater" causado sobre os juízes. Foto: Chauche/ASP

Kelly disse no ano passado que seria difícil se aposentar do tour enquanto sentisse que sua fórmula para vencer baterias ainda funcionava. Seria quase desleal com os outros competidores se ele deixasse o tour sabendo que ainda pode disputar um título mundial, o que requer, além de suas habilidades dentro d'água, muito do psicológico. E é claro, Kelly é o maior estrategista do surf de competição. Nesta: Kelly sendo Kelly, com seu bottom turn característico e inimitável. Foto: Rabejac/ASP

Porém, ao encontrar Medina novamente nas quartas-de-final, o maior estrategista do surf de competição se viu perdido diante de um garoto cuja única intenção dentro d'água é surfar o quanto conseguir. O psicológico inabalável de Medina pode ser relacionado ao de Slater. Mas suas habilidades em cima da prancha são tão avancadas, que o menino de 17 anos conseguiu "sem querer" fazer Slater cair em uma cilada, e logo, o veterano acabou precipitado-se durante a bateria. Foto: Cazenave/ASP

Medina o colocou em combinação e, com Slater apático dentro d'água, veio a passá-lo e depois vencer a etapa. Aquilo talvez tenha sido uma demonstração do que pode estar por vir, por mais que o inocente Gabriel não realize a complexidade da experiência que Slater tráz para suas abordagens em baterias, o simples fato de sua técnica por si só conseguir superar isso, sugere um olhar para o futuro do Dream Tour. Mas por enquanto, KS continua sendo insuperável. Foto: Timo e Rabejac/ASP

O evento em Supertubos, Portugal, foi realizado em condições épicas e KS voltou a seguir o protocolo padrão: começando nas quartas-de-final, a máquina foi ligada e alguns dos destaques da etapa caíram diante de Kelly. Primeiro Heitor Alves ficou em combo e teve que assistir a Kelly surfando até de base trocada. Na semi, seu freguês favorito, Taj Burrow, mais uma vez viu seu destino ser mudado nos últimos minutos de bateria por um tubaço nota 10. E na final... Foto: Bruno Magalhães

Bom, na final, Kelly se deparou com um mais-do-que-instigado Mineirinho que, após a discussão que teve com Slater na etapa de Trestles (sobre como se deve aceitar a marcação do seu oponente dentro d'água – algo mal entendido entre os dois desde Porto Rico/2010), fez questão de superá-lo, mas esta é outra rivalidade desmanchada pelo momento em que Mineiro ajoelha aos pés de KS no pódio para o idolatrar. Nesta: KS de switch contra Heitor. Foto: Cestari/ASP

Em São Francisco, Kelly precisava passar apenas 2 baterias para ser consagrado 11x campeão mundial. A primeira foi contra Dean Brady e Kai Otton e a segunda, contra Dan Ross. – "Foi por muito pouco... não foi fácil. Já tive muitas baterias contra 'Rossy' e sei que ele é perigoso. No início estava completamente perdido, tentando as esquerdas e elas enchiam, só depois me achei nas direitas" Foto: Divulgação/Quiksilver

"Estou muito feliz de estar tudo acabado, tem sido muito estressante... Agora vou surfar mais relaxado e quero focar em ganhar o título em São Francisco." Nesta: Kelly Slater já usou todos os dedos que tem nas mãos para contar seus títulos, então agora simplifica seu sentimento com um "paz e amor" em cada mão. Nada mais propício para São Francisco. Foto: Sherman/Quiksilver

– ”Eu acho que 39 é pouco. Antigamente, você atingia os 30 e já era, mas hoje acho que é diferente. Sinto que estou surfando no nível mais alto da minha carreira e acho que posso continuar. Não pensei muito sobre o caso, mas planejo relaxar pelo resto do ano e aproveitar a temporada no Hawaii. Vamos ver o que acontece em 2012” Foto: Rabejac/ASP
“Quais as chances da minha conquista do título mundial ser bem no mesmo dia do aniversário de um ano da morte de Andy (Irons)? Tenho pensado muito sobre isso e faz com que seja muito mais especial para mim. É uma forma de celebrar minhas memórias com ele e pensar nele. Este é um momento para relembrar”.
– Kelly Slater