Marcos Sifu no novo episódio do Strange Brains

No novo episódio da série Volcom’s Strange Brains, o quarto episódio de um brasileiro na série, Marcos Sifu é o protagonista da vez.

O aerialista dono de um arsenal incrível de manobras inovadoras mostra um episódio cheio de kerrupts, shove its, sex changes e até uma ou outra manobra de te fazer coçar a cabeça. Na introdução do vídeo, uma viagem digna de um cara que não tem medo de experimentar e mostrar suas ideias, explicadas na medida do possível nesta pequena troca de ideias com a Layback:

E aí Sifu, qual a ideia por trás do seu episódio no Strange Brains?

Então, eu fui pego de surpresa com esse projeto, e depois, vendo os clipes da série eu percebi que era uma oportunidade legal pra fazer uma coisa sua mesmo, artística, até mesmo pessoal, mostrando um pouco do seu dia-a-dia, e no começo foi isso que eu tinha pensado em fazer. Mas depois eu achei que seria muita intimidade e tal, e optei por fazer uma coisa totalmente oposta, tanto que no clipe não dá nem pra ver a minha cara! Não tem uma hora que dá pra ver “quem é o cara ali”, o vídeo meio que serve pra qualquer um, sabe? Qualquer um pode ir lá e fazer um vídeo maneiro, então, também é de certa forma uma reflexão minha… Ele fala também no início sobre as necessidades de todo mundo, sabe? Que todo mundo precisa de amor, de carinho, de água… São coisas que a gente questiona mas cada um aborda de um jeito, então essa é meio que a minha viagem. Pra mim foi uma coisa voltada mais pra arte do que performance, eu não tive a intenção de fazer só um clipe de surf.

Foram dois editores né, o Victor McGrath e você mesmo…

Sim, o Victor é o irmão do John McGrath, eu já tinha feito uns projetos com ele, ele estuda cinema, então pedi uma ajuda. Ele chegou a falar “Cara, grava você, suas viagens, tal…”, mas eu não queria muito aparecer, sabe? Eu queria deixar de fora o lado “ego” da coisa. Tentando ir pra um lado bem menos egocêntrico de autopromoção, que todo mundo faz hoje, sabe? Eu não fico postando minhas coisas no Facebook e essas coisas, mas ao mesmo tempo, quando apareço, quero que seja em um projeto legal. E eu sinto uma carência desses projetos legais hoje no Brasil, com algumas excessões, é claro.

Teve uma “divisão” de quem trabalhou em qual parte do vídeo?

O Victor ajudou bem na parte da introdução, que eu queria que fosse mais ou menos daquele jeito… uma voz feminina falando, como se fosse o universo… quase como se eu tivesse morrido e estivesse entendendo tudo que eu vivi, sabe? Eu sei que é meio viagem da minha cabeça, mas era essa a reflexão que eu queria fazer. A gente gravou todos os filtros e os efeitos por conta própria e montamos com aquelas imagens no início…

E a manobra louca dos 3:03? Como você chama aquilo?

Aquela manobra eu já dou há um tempão! Putz… eu chamo de… Blind Air (risos), porque você fica cego ali, tem que imaginar mais ou menos onde que a prancha tá. Tem vários truquezinhos né, eu gosto do shoveit que eu só giro a rabeta e ando de fakie um pouco (3:17). É uma manobra antigona que o Joe Crimo fazia no filme What’s Really Going On. As vezes dá vontade de tentar umas manobras assim só pra sentir como é o feeling de fazer.

Sentimos falta de ver você surfando, você parece estar mais “low-profile” em relação a mídia, não?

Há algum tempo que não estou mais tão ativo nesse sentido. A forma que a indústria funcionava estava meio batida já. Eu acho que os vídeos, webisodes e a oportunidade mais igual que todo mundo tem hoje de produzir seus próprios vídeos, vieram pra mudar isso. Porque ficar dependendo do cara colocar ou não sua foto na revista é foda, né? Até porque a gente sabe que é muito mais do que uma foto bonita que diz se o cara vai sair na capa ou não… Então isso até abriu meu olho pra investir mais nas minhas próprias ideias, como sempre foi comigo na verdade, com o Seriesfecham, e tal… E agora, estou com a ideia para um projeto novo que se vingar vai ser legal pra caramba!

E o que podemos esperar agora de você?

No momento eu estou recomeçando a filmar, eu acabei de voltar da Nicarágua e El Salvador, que rendeu várias imagens desse clipe, e agora estou viajando pra fazer material novo. O Strange Brains até me deu uma luz, pra começar a produzir uns lances. Eu vou agora pra Fiji, onde vou ser apresentador do webcast do Volcom Fiji Pro, então vou tentar gravar por lá, e depois o máximo que conseguir em Bali, pra lançar depois em algum projeto.

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