28 anos sem Peter Tosh

Hoje lembramos de um dos maiores ídolos que a Jamaica já teve, Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh. Após a separação dos três membros da formação original do The Wailers em 1974, dois anos após eles terem sido assinados na gigante Island Records e terem conseguido sucesso mundial, Peter Tosh, Bob Marley Bunny Wailer trilharam suas carreiras em caminhos diferentes. Ao contrário de Bob Marley que manteve o nome Wailers e continuou rumando ao mainstream, e Bunny Wailer que se manteve mais calmo e recluso, Peter Tosh continuou pregando suas ideologias militantes e revolucionárias.

Dos três Wailers, Peter Tosh sempre foi o que teve uma posição mais crítica e rebelde em relação ao sistema, e pregava isso sem temores, o que chegou até a resultar em algumas desavenças com a polícia. Tosh foi o compositor de alguns sucessos com letras militantes dos Wailers como Get Up Stand Up, 400 Years, Stop That Train e No Sympathy entre outros.

No One Love Peace Concert, que aconteceu em Kingston em 1978, festival que contou com os maiores nomes da cena na época como Dennis Brown, Culture, Jacob Miller, Peter Tosh e Bob Marley & The Wailers entre outros, Peter Tosh subiu ao palco e começou a palestrar contra as injustiças do sistema jamaicano, o que irritou muitos líderes políticos é claro, que passaram a ver Tosh praticamente como um inimigo. Já sua audiência, que contou inclusive com a presença de Mick Jagger, passou a enxergar Tosh como um líder, e admirá-lo ainda mais. Porém alguns meses depois, a conta de Tosh chegava, quando foi brutalmente espancado, quase até a morte, por vários policiais.

O espancamento deixou Tosh ainda mais forte e revoltado, e ele continuou buscando o estrelato, não pela fama, mas para fugir da censura jamaicana e poder atingir mais pessoas com suas mensagens de libertação. Após vê-lo no festival, Jagger o chamou para sua gravadora Rolling Stones Records, por onde foram lançados três álbuns, Bush Doctor (1978), Mystic Man (1979) e Wanted Dread and Alive (1981), e o primeiro contou com participações de Keith Richards e do próprio Mick Jagger.

Após a parceria com Jagger, Tosh seguiu com sua carreira, sempre muito insatisfeito com o mundo e com a vontade de mudar o sistema, e continuou falando o que pensava e encorajando as pessoas a se rebelarem. No dia 11 de setembro de 1987, Tosh foi assassinado em sua casa por um conhecido e mais dois comparsas. A princípio os criminosos queriam dinheiro, porém se sabia que os governantes há anos tentavam eliminar Tosh, e como nenhuma quantia ou objeto foi furtado da casa, há quem acredite que o crime tenha sido mandado.

O legado de Peter Tosh você escuta diariamente na Sessão Reggae da Radio Layback.

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