LÁ VEM EU: snowboard levado (nem um pouco) a sério

LÁ VEM EU traz a jornada de 3 parentes distantes que se reencontram e, para que a alma de seu falecido avô descanse em paz, partem em uma importante missão pelo continente americano. Trocamos uma ideia com as cabeças por trás do vídeo para saber um pouco mais sobre essa grande aventura.

Apresentem o vídeo ai para nós começarmos por partes.

Thomas: O vídeo é basicamente a junção de todas as filmagens e registros despretensiosos que rolaram durante a viagem que eu, meu irmão Felipe e meu primo Nicholas fizemos em janeiro saindo da Califórnia e indo até Utah de carro.

Como surgiu a ideia de criar uma trama para o vídeo?

Lipe: Ah a gente já estava na pegada de fazer um vídeo mais cômico, saindo um pouco do padrão dos vídeos de performance que têm rolado. Aí lá pro meio da viagem, vendo um filme de comédia, surgiu a idéia de criar um enredo.
Thomas: Acho que como a maior parte da galera que vai ver o vídeo não pratica snowboard, o nosso objetivo já era fazer um vídeo descontraído que fosse entreter geral, mas que ainda assim tivesse algum peso. Acabou que depois que surgiu a ideia de fazer algo mais satírico assim, em 30 minutos de brainstorming a gente já tinha tudo mais ou menos planejado, e aí só fomos gravando o planejado e o que desse na telha ao longo da viagem.

Deu pra pegar a vibe descontraída, até mesmo pela filmagem em geral que, convenhamos, não tá lá aquelas maravilhas né. Quem ficou mais na responsa de filmar?

Thomas: A filmagem acabou ficando bem foda-se mesmo. Nós 3 ficamos revezando e acabamos filmando praticamente tudo, mas tava quase uma competição de quem tremia mais.  Não vou entrar em muitos detalhes, mas até rolou uma porradinha de leve por causa disso (risos).

Quanto tempo durou a trip toda?

Nicholas: Ah cara foram uns 37 dias… 40 na real, lembrei agora.

Como foi para conciliar as sessões de skate, surf e snowboard nesse tempo?

Thomas: A gente quis começar a viagem ficando uns 4 dias em Hungtinton Beach pra passar a virada de ano, sair com umas gatas e pegar umas ondas, mas acabou que só deu onda no primeiro dia, então ficamos mais andando em uns skateparks. Demos uns rolés em Mammoth, Salt Lake City, e ainda cruzando o famoso Vale da Morte, foi bem foda! Mas a maior parte da viagem nós ficamos na função da neve mesmo.

Vocês já tão nessa pegada de snowboard há quanto tempo?

Nicholas: Ah já faz um tempo que a gente começou, acho que tem uns 10 anos que vamos direto pra Snowmass, em Colorado.
Thomas: Faz um tempo mesmo, eu e Lipe já competimos algumas vezes, mas comecei a me quebrar muito. Nós chegamos até a ser convocados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) pra treinar pras olímpiadas, mas quebrei o braço um mês antes e acabou que desencanei total, e ele também. Agora é for fun total.

Deu pra se ligar que fora as imagens nas pistas de treino, vocês também exploraram alguns picos mais afastados. Como foi essa função?

Thomas: Normalmente a galera que pratica chama essa vertente de Urban Snowboarding, e foi literalmente uma função e tanto. É meio complicado de deixar os picos em boas condições pra isso, exige tempo pra caralho e sacrifício, e como a gente nunca tinha tentado antes, foi um puta perrengue. Mas fora umas pranchas quebradas e meia dúzia de machucados, no final até que deu certo.
Nicholas: Urban é uma parada que engana muito. De primeira você olha um cara descendo uma escada e acha que é ridículo de fazer, mas quando chega no pico é exatamente o contrário. A gente até tentou passar através do vídeo um pouco do esforço que foi pra andar nesses picos.
Felipe: Por falar nisso, acho que esse foi um dos primeiros vídeos brasileiros de snowboarding que também tem urban.

Então quer dizer que você (Thomas) já se lançou no urban descendo o corrimão de uma escada de 17 degraus?

Thomas: É, esse pico foi bem cabreiro (risos). Fora a dificuldade do pico em si, as condições eram péssimas. Botamos um tapume de madeira e montamos duas rampinhas com pedras e neve, uma para pegar gás, e outra pra entrar no corrimão, e ainda assim não foi o suficiente. Acabou que com a ajuda do empurrão do Nicholas eu consegui tentar, e depois de me fuder todo finalmente rolou.

Thomas Metsavaht momentos antes do perrengue.


Sinistro. E afinal, o Thomas tem ou não tem a mão deformada?

Thomas: Só meu dedo. Dois, aliás (risos).
Lipe: A mão só é esquisita mesmo (risos).

Felipe Metsavaht em um Backside 360 Tail Grab.

 

Explorando os ditchs de Santa Ana.

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